La Brujula de los Sueños Perdidos

A Bússola dos Sonhos Perdidos

*Reading Time: 3 minutes

Mía era uma menina de nove anos que vivia em uma casa cheia de cantos misteriosos. Seu lugar favorito era o sótão, um espaço repleto de caixas empoeiradas, móveis velhos e objetos esquecidos. Um dia, enquanto explorava as coisas de seus avós, encontrou algo especial: uma pequena bússola quebrada, escondida dentro de uma caixa de madeira entalhada. A agulha não girava e a tampa estava riscada, mas Mía achou fascinante.

Decidiu levá-la para seu quarto para tentar consertá-la. Com um pouco de cola, um ímã que encontrou na cozinha e muita paciência, conseguiu fazer a bússola funcionar novamente. Mas quando a segurou em suas mãos, algo estranho aconteceu: a agulha não apontava para o norte como outras bússolas. Em vez disso, começou a se mover rapidamente, apontando em direção à janela de seu quarto.

Intrigada, Mía seguiu a direção indicada pela bússola. Caminhou pela casa, desceu ao jardim e finalmente chegou a uma velha árvore oca que nunca havia notado antes. Dentro do tronco, encontrou um pequeno portal brilhante que parecia feito de luz. Sem pensar duas vezes, meteu a mão e sentiu tudo ao seu redor começar a girar.

Quando abriu os olhos, estava em um lugar incrível. Era um mundo onde tudo parecia saído de um sonho: rios coloridos flutuavam no ar, animais falantes caminhavam sobre nuvens e castelos de cristal flutuavam no céu. Mas o mais surpreendente foi ver outra versão de si mesma, uma Mía mais alta, corajosa e criativa, que a cumprimentou com um sorriso radiante.

“Bem-vinda,” disse a outra Mía. “Sou seu eu sonhador, a parte de você que imagina sem medo. Essa bússola te trouxe aqui porque seus sonhos perdidos precisam ser encontrados.”

Mía não entendia bem o que isso significava, mas sua curiosidade era maior que sua confusão. Seguindo as indicações da bússola, começaram a caminhar juntas por paisagens mágicas. Logo chegaram a uma floresta onde as árvores tinham folhas feitas de pincéis e telas. Ali, Mía se lembrou de que, quando era pequena, queria ser pintora, mas havia parado de desenhar porque achava que não era boa o suficiente.

“Por que você parou de tentar?” perguntou seu eu sonhador.

“Porque meus desenhos não eram perfeitos,” respondeu Mía, olhando para o chão.

“Os sonhos não são sobre perfeição,” disse seu outro eu. “São sobre aproveitar o caminho. Aqui está sua chance de recuperar esse sonho.”

Mía pegou um pincel de uma das árvores e começou a pintar. No início hesitou, mas logo se deixou levar pela magia do lugar. Criou uma pintura tão bonita que até ela mesma ficou surpresa. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu uma profunda alegria ao criar algo com suas próprias mãos.

Seguindo a jornada, a bússola as guiou até uma praia onde as ondas cantavam músicas. Lá, conheceram uma sereia que explicou que aquele lugar representava os sonhos de aventuras que Mía já havia imaginado. Ela se lembrou de que sempre quis viajar e conhecer o mundo, mas havia deixado de pensar nisso porque achava impossível.

“Nada é impossível se você começar com pequenos passos,” disse seu eu sonhador. “Por que não começa pesquisando lugares novos ou aprendendo sobre outras culturas?”

Mía concordou, animada com a ideia. Sentada na areia, escreveu uma lista de todos os lugares que queria visitar um dia. Cada nome que anotava fazia as estrelas no céu brilharem mais intensamente.

O último lugar para onde a bússola as levou foi uma montanha coberta de luzes douradas. No topo, havia um espelho gigante que refletia não apenas sua imagem, mas também seus pensamentos mais profundos. Mía viu todas as suas inseguranças: o medo de falhar, a dúvida sobre suas habilidades e a preocupação com o que os outros pensavam dela. Mas também viu algo mais: uma faísca de coragem que sempre esteve lá, esperando para ser descoberta.

“Essas inseguranças são normais,” disse seu eu sonhador. “O importante é não deixar que elas te detenham. Os sonhos que você recuperou hoje vão te dar força para enfrentar qualquer obstáculo.”

Mía então compreendeu que a bússola não apenas a havia levado a lugares mágicos, mas também lhe mostrara partes de si mesma que havia esquecido. Encontrou coragem para perseguir seus sonhos e criatividade para imaginar novas possibilidades.

Quando voltou para casa, tudo parecia igual, mas Mía sabia que algo havia mudado dentro dela. Agora via o mundo com outros olhos, cheios de esperança e determinação. Colocou a bússola em sua escrivaninha, como um lembrete de que os sonhos nunca estão realmente perdidos, apenas esperando para ser encontrados.

Desde aquele dia, Mía começou a trabalhar em suas paixões. Voltou a desenhar, começou a ler livros sobre diferentes países e escreveu histórias sobre aventuras imaginárias. Embora continuasse sendo a mesma menina tímida de sempre, agora tinha algo novo: a certeza de que poderia ser corajosa quando necessário.

E assim, graças à bússola dos sonhos perdidos, Mía aprendeu que dentro de cada pessoa há um mundo cheio de possibilidades, pronto para ser explorado. Só é preciso um pouco de magia e muito coração para encontrá-lo.

Fim.

This work is licensed under