El Río que Cantaba

O Rio que Cantava 💦

*Reading: 2 minutes

Em uma pequena vila onde os pássaros saudavam cada manhã com seus cantos e as flores dançavam com o vento, vivia Ciro, um menino de sete anos que adorava passar horas junto ao rio. Ele gostava de se sentar na margem, tirar as sandálias e deixar que a água fria acariciasse seus pés. Às vezes, enquanto brincava, ele ouvia algo estranho: o rio parecia murmurar canções suaves, como glu-glu ou bolhas, mas com um ritmo que só ele conseguia entender.

Um dia, enquanto seguia o som da água, Ciro notou algo brilhante entre as pedras. Era um pequeno baú, coberto de musgo e com um cadeado em forma de caracol. Ao tocá-lo, o rio sussurrou:
— Abra, Ciro! Sou eu, o rio, e quero te mostrar segredos.

Com as mãos trêmulas, Ciro abriu o baú. Dentro havia mapas antigos, mas não eram como os outros: eram feitos de folhas secas e tinham desenhos de animais, montanhas e caminhos que brilhavam sob o sol. O rio explicou:
— Cada mapa te levará a um tesouro, mas não procure por ouro. Procure o que a natureza quer te ensinar.

Ciro seguiu o primeiro mapa, que o guiou por trilhas cheias de flores azuis. No final do caminho, encontrou uma árvore com frutos dourados. Mas quando tentou pegar um, a árvore disse:
— Espere! Meu fruto não é para comer. Ouça-o.

Ciro aproximou o fruto de sua orelha e ouviu o som de uma tempestade distante.
— Este fruto te avisa quando vai chover — explicou o rio. — Agora você pode alertar os agricultores para que recolham suas colheitas.

O segundo mapa o levou a uma caverna escondida. Lá dentro, havia uma pedra que brilhava como a lua. Ao tocá-la, ele sentiu o pulsar da terra.
— Esta pedra sente os tremores — disse o rio. — Ouça-a e saberá quando a montanha precisa de calma.

O último mapa apontava para um lago no bosque. Ali, Ciro encontrou uma concha que guardava o eco das ondas.
— Esta concha lembra histórias antigas — sussurrou o rio. — Conte-as aos outros para que nunca esqueçam quem são.

Ciro compreendeu que o verdadeiro tesouro não eram objetos brilhantes, mas sim aprender a ouvir. Agora, sempre que alguém da vila precisa de ajuda, Ciro corre até o rio. Se um agricultor busca água para suas plantas, o rio canta onde cavar. Se uma criança perde seu brinquedo, o rio murmura o caminho para encontrá-lo.

Os adultos da vila, que antes só ouviam a água correr, agora se reúnem para escutar as canções do rio junto com Ciro. Até os animais do bosque se aproximam: os pássaros aprenderam a seguir o ritmo do rio para saber quando migrar, e os peixes usam suas melodias para encontrar o mar.

Ciro continua sendo o mesmo menino curioso, mas agora sabe que a natureza fala em sussurros, risos e canções. E todas as noites, antes de dormir, ele coloca a orelha na janela para ouvir o rio cantar: glu-glu, bolhas, glu-glu.

Fim. 💦

This work is licensed under