Belinda era uma abelha muito trabalhadora que vivia em uma colmeia grande e movimentada junto a centenas de outras abelhas. Seu trabalho favorito era voar pelo campo para buscar flores cheias de néctar doce. Diferente de suas amigas, que sempre seguiam as mesmas rotas seguras, Belinda tinha uma curiosidade enorme. Adorava explorar lugares novos e descobrir flores de cores brilhantes que ninguém mais havia visto.
Uma manhã ensolarada, enquanto todas as abelhas saíam da colmeia em fila para começar seu dia, Belinda decidiu tomar um caminho diferente. “Hoje quero ver algo novo,” pensou, emocionada. Voou além do prado onde costumavam trabalhar, em direção a um pequeno bosque que nunca havia visitado. Lá encontrou flores incríveis: algumas eram azuis como o céu, outras vermelhas como maçãs maduras, e algumas até tinham formas estranhas que pareciam sorrir para ela.
Enquanto coletava néctar de uma flor amarela gigante, Belinda notou um brilho especial entre os arbustos. Era uma flor tão linda que não pôde resistir. Suas pétalas eram de um roxo brilhante com pontinhos dourados que pareciam estrelas. Sem pensar duas vezes, Belinda se aproximou para investigar. Mas quando terminou de encher sua pequena bolsinha de néctar, olhou ao redor e percebeu algo preocupante: não sabia como voltar para a colmeia!
O bosque agora parecia muito maior e confuso. As árvores altas tapavam o sol, e o zumbido de suas companheiras abelhas já não era ouvido. Belinda tentou lembrar o caminho, mas tudo parecia diferente daquele lugar desconhecido. Começou a ficar nervosa, mas logo lembrou o que sua mãe havia ensinado: “Se algum dia você se perder, procure pistas na natureza.”
Decidida a encontrar seu lar, Belinda observou bem ao redor. Primeiro viu um grupo de borboletas voando perto de arbustos cheios de flores brancas. Pensou que talvez elas pudessem ajudar. “Olá, borboletas,” disse Belinda com voz trêmula. “Vocês sabem onde fica a grande colmeia perto do prado?”
As borboletas pararam para ouvi-la e responderam: “Nós conhecemos esse lugar, mas está muito longe daqui. Você deve seguir o rio que atravessa o bosque; ele te levará perto do prado.” Belinda as agradeceu e voou na direção que apontaram.
Quando chegou ao rio, sentiu-se melhor porque a água corria em uma direção clara. Enquanto seguia seu curso, encontrou um sapo sentado sobre uma pedra. O sapo a olhou com seus grandes olhos e perguntou: “O que uma pequena abelha faz tão longe de casa?”
Belinda explicou que havia se distraído buscando flores e agora não sabia como voltar. O sapo sorriu e disse: “Não se preocupe, eu conheço esses caminhos. Se continuar voando rio abaixo, chegará a um campo cheio de girassóis. De lá, verá a grande árvore onde fica sua colmeia.”
Animada com as palavras do sapo, Belinda continuou sua jornada. Pouco tempo depois, chegou ao campo de girassóis que o sapo havia mencionado. Era impressionante: centenas de flores gigantes olhavam para o sol, formando um mar dourado. Dali, Belinda conseguiu distinguir a grande árvore familiar à distância. Seu coração saltou de alegria.
Mas justo antes de partir para o último trecho, viu uma borboleta presa em uma teia de aranha. A borboleta pedia ajuda desesperadamente. Embora quisesse chegar rápido em casa, Belinda sabia que precisava ajudar. Usando suas pequenas patas e asas, cortou cuidadosamente os fios pegajosos até libertar a borboleta. “Obrigada, Belinda,” disse esta com gratidão. “Você é muito corajosa.”
Finalmente, Belinda voou em direção à grande árvore e entrou na colmeia. Todas as suas companheiras estavam preocupadas porque ela havia demorado muito para voltar. Quando Belinda contou sua história, as outras abelhas ficaram surpresas ao ouvir sobre as flores mágicas, o rio, o sapo sábio e a borboleta agradecida. A rainha das abelhas, que sempre cuidava do bem-estar de sua colmeia, felicitou Belinda por sua coragem e bondade, mas também lembrou a importância de não se distrair demais durante o trabalho.
A partir de então, Belinda continuou sendo curiosa, mas aprendeu a equilibrar seu espírito aventureiro com responsabilidade. Além disso, compartilhou com as outras abelhas o segredo das flores roxas brilhantes, e juntas organizaram expedições para coletar seu néctar especial. Assim, graças à sua aventura, a colmeia ficou ainda mais próspera e cheia de novos sabores.
Belinda nunca esqueceu a lição que aprendeu naquele dia: embora seja divertido explorar e descobrir coisas novas, é importante sempre lembrar o caminho de volta para casa. E desde então, cada vez que saía, deixava pequenas marcas nas flores para nunca mais se perder.
Fim. 🌸🐝