Era uma vez um pequeno patinho que vivia em um lago tranquilo cercado por flores e árvores. Todos os outros patinhos eram amarelos e fofinhos, mas este patinho era diferente: ele tinha penas brilhantes e brancas com pequenos reflexos que pareciam estrelas. Embora fosse lindo, o patinho não sabia disso. Em vez de se sentir especial, ele achava que havia algo errado com ele porque não se parecia com os outros.
— Por que não sou como vocês? — perguntava triste enquanto olhava seus irmãos nadando juntos.
Os outros patinhos, sem má intenção, costumavam rir dele.
— Você é muito estranho para fazer parte do nosso grupo! — diziam, embora estivessem apenas brincando. Mas isso machucava muito o patinho.
Um dia, cansado de se sentir deslocado, ele decidiu explorar além do lago onde vivia. Queria encontrar um lugar onde pudesse pertencer. Então, movimentou suas pequenas patas e começou sua aventura pela floresta próxima.
Durante seu caminho, encontrou uma borboleta que voava entre as flores.
— Olá, pequeno patinho. O que está fazendo tão longe da água? — perguntou a borboleta, curiosa.
— Estou procurando um lugar onde eu possa me encaixar. Eu não sou como os outros patinhos — respondeu ele, abaixando a cabeça.
A borboleta voou ao redor dele e exclamou:
— Mas você é lindo! Suas penas brilham como o céu noturno cheio de estrelas. Isso é muito especial.
O patinho sorriu pela primeira vez em dias, mas ainda não estava seguro de si mesmo. Ele continuou andando até chegar a uma clareira onde uma velha e sábia tartaruga descansava ao sol.
— Bom dia, jovem patinho — disse a tartaruga com voz tranquila. — Você parece perdido. Como posso ajudá-lo?
O patinho explicou como se sentia diferente e como os outros sempre o apontavam por ser distinto. A tartaruga ouviu atentamente e depois respondeu:
— Ser diferente não é algo ruim. Às vezes, nossas qualidades únicas nos tornam especiais e valiosos. Você só precisa aprender a ver isso por si mesmo.
O patinho pensou nas palavras da tartaruga durante todo o dia. Enquanto isso, continuou seu caminho e chegou a um riacho onde alguns coelhinhos brincavam perto da água. Um deles gritou assustado quando viu o reflexo na água:
— Socorro! Algo está brilhando na água!
O patinho correu até eles e viu que o “brilho” era simplesmente seu próprio reflexo. Rapidamente, acalmou os coelhinhos.
— Não se preocupem, sou eu. Minhas penas sempre brilham assim.
Os coelhinhos, impressionados, disseram:
— Que bonito você é! Nunca vimos nada igual.
Pela primeira vez, o patinho sentiu orgulho de ser quem era. Começou a entender que ser diferente não significava ser menos. Ele voltou ao lago onde vivia, levando consigo essa nova confiança. Quando chegou, todos os outros patinhos correram até ele.
— Patinho bonito! Achamos que você não voltaria — disseram, animados.
Ele sorriu e contou sobre sua viagem e tudo o que havia aprendido. Desde então, ele nunca mais se sentiu deslocado. Sabia que cada um era único e que isso era o que tornava o mundo mais interessante.
E assim, o patinho branco brilhante passou a ser chamado de “o Patinho Bonito”, não apenas por sua aparência, mas também por seu coração bondoso e sua coragem de se aceitar como era.
Fim. 🦆