Em uma pequena vila cercada por colinas verdes e rios cristalinos, vivia uma menina chamada Dora. Dora era conhecida por sua criatividade e seu amor por balões. Ela sempre carregava um amarrado ao pulso, fosse vermelho, azul ou amarelo, e dizia que cada balão tinha um propósito especial.
Um dia, enquanto explorava o sótão de sua avó, encontrou um balão muito peculiar. Era dourado, brilhava como a lua e parecia flutuar sem precisar de ar. Na base do balão havia uma pequena fita prateada com uma plaquinha que dizia: “Apenas para corações corajosos”.
Dora olhou para ele com curiosidade.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou em voz alta, como se o balão pudesse responder.
Quando ela o tocou, o balão começou a flutuar lentamente em direção à janela. Intrigada, Dora o seguiu. O balão a levou até um caminho que ela nunca havia notado antes, escondido atrás de arbustos no final do jardim.
O caminho estava cheio de flores de cores brilhantes e borboletas que voavam como se estivessem dançando. Ao longe, via-se uma grande árvore cujos galhos pareciam tocar o céu. Sob a árvore, havia uma pequena porta redonda, quase do tamanho de um gato.
— O que há lá dentro? — perguntou-se Dora.
O balão desceu até ficar na frente da porta, como se quisesse encorajá-la a entrar. Dora respirou fundo e empurrou a porta com cuidado. Dentro, ela encontrou um mundo minúsculo, mas mágico. Havia casinhas feitas de folhas, lâmpadas de vaga-lumes e um rio de água tão límpida que parecia um espelho.
Uma pequena criatura peluda, parecida com um coelho, mas com asas de borboleta, voou em sua direção.
— Bem-vinda, Dora! — disse a criaturinha com uma vozinha cantarina. — Estávamos esperando por você.
— Esperando por mim? Por quê? — perguntou Dora, surpresa por saberem seu nome.
— Este lugar é o Reino Encolhido, mas está em perigo. O vento travesso roubou nossas estrelas brilhantes, e sem elas, tudo começará a desaparecer. Achamos que você poderia nos ajudar porque tem um coração corajoso e mãos habilidosas.
Dora assentiu, determinada a ajudar. A criatura, que disse chamar-se Clap, explicou que as estrelas estavam escondidas no topo de três montanhas mágicas. Para recuperá-las, ela teria que resolver pequenos enigmas e trabalhar com os habitantes do reino.
Com o balão dourado como guia, Dora começou sua aventura. Na primeira montanha, ajudou formigas gigantes a construir uma ponte usando folhas e galhos. Como recompensa, deram a ela a primeira estrela. Na segunda montanha, resolveu um quebra-cabeça com a ajuda de pássaros tagarelas que lhe ensinaram canções secretas. Na terceira montanha, convenceu uma nuvem rabugenta a soltar a última estrela ao contar uma história divertida sobre sua avó e suas aventuras no sótão.
Quando Dora voltou com as três estrelas, o Reino Encolhido brilhou mais do que nunca. As casinhas reluziam, o rio cantava melodias suaves e os vaga-lumes dançavam de alegria.
Clap sorriu e disse:
— Obrigado, Dora. Você salvou nosso lar. Mas lembre-se, o verdadeiro poder sempre esteve em você: sua bondade e sua criatividade podem iluminar até a maior escuridão.
O balão dourado brilhou intensamente e levou Dora de volta ao seu jardim. Quando ela chegou, o balão flutuou em direção ao céu e desapareceu entre as nuvens.
Desde então, Dora sempre se lembraria de sua aventura no Reino Encolhido. Toda vez que via um balão no céu, ela sorria e sabia que o mundo estava cheio de magia para aqueles que têm coragem de buscá-la.
Fim. 🎈